Where the Butterflies Go in the Rain é o álbum lançado pela cantora de soul music Raveena Aurora no dia 14 de junho de 2024. A Raveena Aurora é uma cantora americana de ascendência desi que fez sua estréia como artista em 2016 com o single You Give Me That, e posteriormente com extended-play Shanti, de 2017. Ela foi a primeira cantora de herança indiana (ou seja, ascendência 🙄) a cantar no Coachella e esse ano será o ato de abertura da turnê da Tinashe. Caso você já tenha assistido a série On My Block (eu nunca), deve conhecer uma de suas canções mais famosas, o single Temptation. Apesar de nunca ter assistido On My Block, a primeira música que escutei da Raveena também foi Temptation porque tocou no autoplay do Spotify. Daí pra frente foi só amor.
Sobre o Where the Butterflies Go in the Rain:
Pra quem ainda não conhece o trabalho da Raveena, aí vai um aviso: ela é obcecada por falar de borboletas em suas músicas, seja em um contexto mais elaborado, seja simplesmente por falar. Em Tweety, ela cantarolando "butterfly..." é literalmente o pré-refrão da música. Em Where the Butterflies Go in the Rain, acredito que ela trouxe suas amadas borboletas pro título pra trazer uma sensação de aconchego, até porque, creio eu que só os biólogos e os aficionados por borboletas como ela saibam aonde elas vão parar quando chove. E se essa realmente foi a intenção, ela conseguiu captar exatamente o sentimento, porque esse álbum é um abraço muitíssimo carinhoso.
Pluto é a opening song perfeita. Escutar essa música é como adentrar um novo mundo – o mundinho cheio de borboletas de Raveena. Mas um dos maiores trunfos desse álbum, se não o maior, é o requinte da produção. Existe uma variação de ritmos, instrumentos e duração nas músicas, mas a chiqueza da produção não decai nem por um segundo, se mantendo constante do início ao fim.
Pra além da chiqueza da produção, achei esse álbum extremamente maduro e me traz a impressão de que durante o processo criativo dele, ela olhou pra sua história muitas vezes e percebeu o quanto amadureceu. 16 Candles, por exemplo, sugere uma Raveena olhando pro seu passado com amor e reconhecendo que tudo o que aconteceu em sua vida a tornou quem ela é hoje – loved you through all your highlights. Ela trata também da dor de ter sido uma adolescente depressiva e ter que crescer apesar disso em Kid, a delícia de se abrir pro amor e pro mundo em We Should Move Somewhere Beautiful, explora seu jeito de amar e sexualidade em Lose My Focus e Lucky. As letras desse álbum são lindas e cheias de identidade artística, já que é impossível escutá-las e não se lembrar da Raveena. Ela conseguiu abordar todos esses sentimentos com letras doces como ela e sua voz. É um álbum muito, muito bem escrito.
Eu curti muito todos os feats do álbum também. A voz da Arima Ederra em We Should Move Somewhere Beautiful é de nos fazer flutuar (a propósito, essa é minha música favorita. Amo ouvi-la de olhos fechados), a voz e o flow do JPEGMAFIA encaixou bem legal em Junebug e a participação do Ganavya fez de 16 Candles nostálgica como uma canção de aniversário deve ser. Me faltam também palavras pra descrever e elogiar a interpretação da Raveena em cada uma das músicas, porque todas elas foram um sentimento que a Raveena tirou do fundo do coração e materializou através de sua voz. Princesa linda da voz de anjo.
Acho que não preciso dizer que amei ter reescutado esse babado. A Raveena é um tesouro da soul music e tem se tornado uma artista muito exigente e cuidadosa com seu trabalho a cada ano que passa, e esse álbum mostra todo o seu potencial e o quão longe ela ainda pode chegar como artista. Fico muito feliz de poder acompanhar ela porque sua voz e sua arte são um deleite.
Where the Butterflies Go in the Rain está disponível em todas as plataformas digitais de música, mas se você for usuário do Spotify terá sua vida facilitada pela dona desse blog: é só clicar o nome em azul que você será redirecionado pro álbum – na verdade, todo nome em azul nessa postagem é um link direto para o Spotify. Espero que vocês se deliciem tanto quanto eu, pois tanto o álbum quanto a artista estão recomendadíssimos pela revista Pitchringo.
Até breve!
P.S.: Enquanto eu escrevia essa bendita postagem, o Blogger fez o favor de apagar todo o meu progresso sendo que já tava praticamente COMPLETO e a review muito melhor do que essa. Estou de coração partido. Somente a pessoa que viu com os próprios olhos a queima da biblioteca de Alexandria vai entender o que eu senti e ainda tô sentindo!!!!
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