sábado, 26 de outubro de 2024

OPINIÃO: Aishwarya Rai Bachchan e como a sociedade lida com o envelhecimento da mulher

Opinião é um quadro no qual eu, como o nome já sugere, vou opinar as situações pelas quais as pessoas que sou fã, gosto e/ou acompanho estão passando. E nessa coluna, vou mostrar meu ponto de vista sobre o rebuliço que está acontecendo na Índia a respeito da grande atriz indiana e o maior expoente de Bollywood internacionalmente, Aishwarya Rai Bachchan, seu marido e também ator, Abhishek Bachchan e entrelaçar tudo isso ao quão nocivamente a sociedade em geral lida com o envelhecimento feminino. 

Aishwarya na passarela da L'Oreal, na 2024 Paris Fashion Week

O barro é o seguinte: a algumas semanas, saíram rumores de que o marido de Aish, o Abhishek, a traiu com a atriz Nimrat Kaur, que atuou com ele no filme Dasvi (o título em português é ‘Preso aos Estudos’). Os rumores começaram a sair depois de uma entrevista que Abhishek e Nimrat deram juntos recentemente, mas Abhi e Nimrat são acusados de meter o chifre na Aish durante as gravações de Dasvi, um filme de 2022. Ao que parece, numa entrevista para divulgar o filme, enquanto Abhishek falava sobre a longevidade de seu casamento, Nimrat soltou que “marriage don’t last that long” (tradução: casamento não dura tanto), mas só vieram dar importância ao que ela disse agora, em meio aos rumores de traição. Digo ao que parece porque não assisti a essa entrevista, e esse não é o assunto principal do texto. 

Bem, quando esses rumores começaram a ferver na Índia, Aishwarya, que sempre foi endeusada por eles, começou a ser defendida e exaltada. O problema de toda essa exaltação é que ao compararem a beleza de Aishwarya a de Nimrat, ou simplesmente falarem sobre como Abhishek é burro e idiota por ter traído Aishwarya, nunca são usadas fotos atuais de Aish. São sempre fotos dela na première de Devdas em Cannes, em 2002, frames dela em Hum Dil De Chuke Sanam (título em português ‘Dei-te meu amor’), filme de 1999, e entrevistas dela nos anos 90 e 2000. Sempre imagens e vídeos da época que Aish era jovem e magra. Pra não dizer que não falei das flores, a foto de Aish mais velha que vi usarem nessa trend foi quando ela usou um vestido de Cinderela no tapete vermelho do festival de Cannes. Na época, sua filha Aaradhya tinha 5 anos e alguns meses, prestes a completar 6, e atualmente a menina tem 12.

foto icônica de Shahrukh Khan e Aishwarya no Festival de Cannes, 2002



cena de Hum Dil De Chuke Sanam, 1999


Aishwarya no tapete vermelho do Festival de Cannes, 2018


Perceba que, na época dessas fotos, Aishwarya tinha por volta de 20 a 25 anos. Na foto dela mais velha, de 2018, apesar dela não estar mais tão jovem, ela pelo menos estava magra. Ao não usarem suas fotos atuais para exaltá-la, seus fãs e admiradores a dão um recado particularmente cruel: que atualmente ela não chega aos pés de sua versão do passado e enquanto ela não emagrecer e fazer algo para melhorar as marcas do envelhecimento, ela não será bonita o suficiente. É decepcionante ver que mulheres não têm o direito de envelhecer em paz, pois as pessoas sempre estarão diminuindo seu valor, autoestima e beleza para exaltar sua versão jovem. As celebridades femininas, que têm uma imagem e vida pública, acabam sendo alvo dessa misoginia em larga escala, mas essa cobrança para se manterem jovens e magras assola mulheres de todo o mundo e culturas.

Algumas celebridades de Bollywood tentam lidar com o envelhecimento de forma saudável e natural, e declaram publicamente que não entrarão nesse espiral cruel que só sugará sua alma e vitalidade, como Kareena Kapoor. Bebo declarou recentemente para a revista Harper’s Bazar India que “a idade é parte da beleza. Não é sobre lutar contra as linhas de expressão ou parecer mais jovem: é sobre abraçar e amar a idade que você está. […] Eu não sinto a necessidade de pôr Botox ou usar cosméticos anti-idade. Meu marido me acha sexy, meus amigos me dizem que estou incrível, e meus filmes estão de vento em popa. Atuo em papéis que refletem minha idade e estou orgulhosa disso. Eu quero que as pessoas me vejam como eu sou e apreciem.” A iniciativa e decisão de Bebo é extremamente importante numa indústria que sempre buscou e valorizou a juventude das mulheres, ao mesmo tempo que confina suas atrizes mais velhas a papéis de mãe e senhoras, encerrando a variedade de papéis quando chega a meia idade. Mas o caso de Aishwarya é particularmente complicado porque ela sempre foi muitíssimo endeusada, nacional e internacionalmente por sua beleza, então de certa forma o impacto dessa rejeição à sua imagem atual é enorme.

Por mais que eu queira acreditar que tudo isso não chega na Aish, é impossível não perceber que essas coisas já chegaram nela e não é de hoje. Bem antes dos rumores de traição do Abhishek, a Aishwarya já evita sair publicamente e até mesmo fazer postagens em suas redes sociais. Quando ela aparece, é sempre eventos que ela deve ir para cumprir obrigações contratuais ou eventos de amigos e parentes. E toda vez que ela aparece é com roupas que escondem as formas de seu corpo e um penteado bem específico, além de já ter feito procedimentos estéticos anti-idade. Não é preciso ser um gênio pra perceber que tudo isso é pra evitar comentários acerca de seu corpo e aparência, mas nunca adianta  —  as pessoas continuam sendo cruéis com ela ao deliberadamente ignorá-la e somente elogiar e exaltar sua versão de 30 anos atrás. 

Aonde quero chegar escrevendo essa coluna, é que nós mulheres precisamos combater essa ideia de que perdemos o nosso valor ao envelhecer e engordar e começar a difundir que envelhecer é natural e precisamos ter o direito de envelhecer dignamente, sem o assédio do padrão de beleza acabando com nossa autoestima e autoimagem, porque as maiores prejudicadas nessa história toda somos nós mesmas. Tudo o que a Aishwarya tem passado não é estranho a milhões de outras mulheres de meia idade e idosas que odeiam sua imagem e seu corpo graças ao que nos fizeram acreditar. E nós mulheres jovens estamos prestes a passar pelos mesmos desafios quando a idade chegar para nós, porque ela fatalmente chegará.

Toda a nossa ideia de beleza, juventude e valor foi socialmente construído  —  e se foi construído, pode ser destruído também para criarmos um mundo mais justo conosco. Se você acompanha celebridades mais velhas, não importa qual nicho, comece a refletir se é saudável consumir e glorificar apenas sua imagem quando mais jovem; não há nada de errado vê-las no passado e elogiar, mas passe a apreciá-las também como elas são agora. Envelhecer dignamente é um direito a ser conquistado, e as mulheres enquanto grupo social precisam refletir sobre isso e lutar contra, para vivermos melhor nesse mundo que já é tão cruel para nós em todos os sentidos possíveis.

Aishwarya Rai e sua filha Aaradhya Bachchan no tapete vermelho do SIIMA Awards 2024


Até breve!

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

PITCHRINGO: Love Deluxe, de Sade

Pitchringo é um quadro do blog no qual eu falo de álbuns e singles que escutei pela primeira vez. E um dia desses estive escutando a obra prima da banda Sade, e muito justamente, seu álbum mais famoso.

Love Deluxe é o álbum lançado pela banda Sade no dia 11 de novembro de 1992 no Reino Unido e dia 21 de outubro do mesmo ano nos Estados Unidos. Sade é uma banda inglesa, formada em Londres e que estreiou em 1982 e lançou seu primeiro single, Your Love Is King, em 1984. A partir daí, a banda começou a fazer muito sucesso e ganhar reconhecimento crítico com o passar das décadas até se consagrar como uma das maiores bandas de soul music do Reino Unido. A banda não lança músicas desde 2018, quando fez duas trilhas sonoras  —  Flower of the Universe, para o filme A Wrinkle in Time, e The Big Unknown, para o filme Widows. Apesar do hiatus, suas músicas continuam sendo saudadas e exaltadas por milhares de fãs ao redor do mundo.


Sobre o Love Deluxe:

Eu esqueci de escrever aqui na época, mas eu escutei o LD enquanto estava na biblioteca da universidade sem conseguir estudar direito. Todos sabem que nas bibliotecas se faz um silêncio sepulcral, então minha experiência foi catártica. Eu me considero uma pessoa extremamente romântica, então obviamente me deliciei com cada letra desse álbum, que exploram cada faceta que o amor pode proporcionar, e essas facetas vão desde o renascimento à marcas inesquecíveis, seja isso bom ou ruim.

Pra além das letras, a voz da Sade (a vocalista) dá um tom etéreo às músicas e a sensação é de levitação quando você se permite fechar os olhos para aproveitar as músicas. E sinceramente, que parceria a banda por inteiro faz. Todos os musicistas parecem endeusar a voz da Helen Folasade, porque cada arranjo, cada nota, cada tom alto ou baixo, harmoniza perfeitamente com a voz única dela, ao ponto de que nenhuma reinterpretação feita por outros cantores, de qualquer uma das músicas, jamais chegará nem mesmo na bactéria debaixo dos pés da original, e só mesmo Folasade é capaz de se superar. Um trabalho completamente impecável, cuidadoso e muito sensível.

No Ordinary Love é simplesmente fenomenal. Assim que você escuta, você entende porque essa música se tornou um clássico instantâneo. Sua participação no álbum também crucial, porque essa música condensa toda a atmosfera do trabalho e a mensagem/sensação que os músicos quiseram transmitir. Outra música na qual sou obcecada é Like a Tattoo. Gosto muito da maneira como ela fala sobre o impacto de se relacionar emocionalmente com alguém tão profundamente ao ponto de levar as memórias desse período pro resto de sua vida, e também da segurança e uma certa dose de coragem que precisa se para conseguir revelar essas marcas a outro alguém. E é tão poético. Entretanto, seu liricismo é proporcional a dor que causa, ao menos pra mim, porque o instrumental entra no ouvido como o canto das sereias de Ulisses e me prende até que a música termine. Embora doloroso, é uma experiência transformadora também, se você for sensível a boa arte.

Outra música que apesar de não estar no roll das minhas favoritas, me deixa muito pensativa, é Pearl. Não fala de amor diretamente, mas pra mim, ela é análoga ao livro A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. O eu-lírico da música ama a mulher de Somália da mesma forma que o Autor Desconhecido ama a Macabéa, mas o eu-lírico é um pouco mais doce.


Enfim, esse é um álbum para ser sentido com o âmago do coração, se ele existe. Tanto é, que a última faixa não tem vocais da Folasade, é somente os instrumentos e os arranjos dos musicistas fazendo a despedida mais doce e linda que alguém poderia receber. Eu amei tanto esse álbum que o escuto religiosamente toda semana, às vezes em ordem, às vezes escutando as músicas aleatoriamente. Uma arte ruim te faz formar caráter e senso crítico, mas consumir boa arte é quase uma experiência transcedental. E o trabalho da banda Sade nesse álbum é páreo ao das nove musas. Nota 5/5.

Love Deluxe está disponível em todas as plataformas digitais de músicas, mas se clicar no título sublinhado você irá direto ao Spotify — todas as palavras sublinhadas na postagem é um link para o Spotify. Eu espero que tenha gostado da leitura e caso nunca tenha escutado, dê uma chance pra esse álbum que é tudo de bom. Caso já tenha escutado, aqui vai a deixa pra escutar de novo! Todas as horas são uma boa hora pra escutar o Love Deluxe.

A propósito, minha música favorita é Kiss of Life.


Até breve!

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

CINERINGY: Lamhe, de Yash Chopra

Hoje o filme a posar no Cineringy é o clássico atemporal do maior diretor em língua hindi de todos os tempos, o diretor indiano Yash Chopra. Muito polêmico na época, foi um fracasso de bilheteria tão grande que quase fez o Yashji se jogar de um prédio, mas rendeu um prêmio Filmfare (o equivalente ao Oscar para o cinema indiano, apesar de hoje em dia ter virado várzea —  igual o Oscar) de Melhor Atriz para a Sridevi e com o passar do tempo se estabeleceu como um clássico de Bollywood.


SINOPSE: De volta ao Rajastão, terra ancestral de seus familiares, Virendra "Viren" Pratap Singh conhece Pallavi e se apaixona à primeira vista, não se importando se ela é 8 anos mais velha que ele. Mas Pallavi ama outro homem e se casa com ele. Um ano após o casamento, Pallavi morre e deixa uma filha, chamada Pooja Bhatnagar. 18 anos depois da morte de Pallavi, Viren conhece Pooja, que é o espelho de sua mãe, e a garota se diz apaixonada por ele.

Depois de muita insistência de uma amiga super querida, fui assistir a esse filme com a mente mais aberta possível, porque sou meio muito criteriosa quando se trata de histórias de age gap  —  a maioria são histórias bem esquisitas. Mas assistir Lamhe de mente aberta e sem julgamentos foi a melhor coisa que fiz pelo meu eu cinéfilo. A primeira parte do filme é simplesmente primorosa. Sou uma chorona de mão cheia, então senti a atuação de Anil Kapoor como o jovem Viren com tudo a que tinha direito. E que trabalho incrível o Anil faz nessa primeira metade. O Viren não precisa falar nada, porque seu rosto já diz o quanto ele está apaixonado, ferido, desiludido e enfim uma casca grossa incapaz de amar romanticamente nenhuma pessoa que não a finada Pallavi. Em minha honesta opinião, pra mim tão melhor é o ator quanto mais ele consegue se expressar sem o apoio dos diálogos. E o Anil simplesmente brilhou (e me estraçalhou).

Quanto a Sridevi, temo que não exista um Melhor Atriz mais merecido do que esse que ela ganhou por Lamhe. Ela conseguiu diferenciar a encantadora Pallavi da sonhadora Pooja com uma finesse que só Deus. Não tenho nem palavras pra descrever o quão life-changing foi sua performance em Megha Re Megha. Mas apesar de sua Pallavi ser hipnotizante, eu particularmente prefiro sua atuação como a pequena Pooja. Fala sério, quando Lamhe foi gravado a Sridevi devia ter uns 26 ou 27 anos. Ela interpretar uma garotinha tão brilhantemente (e tão importante quanto: ter cara de garotinha!!!) merece todos os louros do mundo. Pooja não conhece nada no mundo que não sua paixão de longa data por Viren e sua energia e criatividade vibrantes, e Sridevi nos mostra isso em cada trejeito e maneirismo de Pooja.


Sei que você que lê e nunca assistiu a Lamhe deve estar se perguntando: “ué, se a Pooja tem 18 anos, como ela tem uma paixão de longa data por Viren?”, e a resposta é… Tendo. Pooja é apaixonada por Viren desde que tinha 5 anos de idade. “E eles ficam juntos no fim do filme?” Ficam. E como isso se deu, só assistindo o filme pra saber! A única coisa que posso garantir é que, definitivamente, não foi grooming. 

Como nada é perfeito, aqui vai os problemas. Alguns por conta do contexto histórico em que foi filmado, outros porque só me deram nos nervos mesmo. O que me deu nos nervos é a existência do personagem do Anupam Kher, o Prem. Teve uma cena em específico que me fez querer esganar esse personagem. Sinceramente não consigo entender como nem porque o Anupam ganhou um Filmfare de Melhor Comediante com ESSE personagem. Ou a concorrência tava no esgoto, ou as noções de humor da Índia dos anos 90 eram as piores possíveis. O bom é que ele serve um embate muito bom com o Viren no fim do filme, o que tornou a chatice dele quase perdoável pra mim. Quase.

O problema graças ao contexto histórico foi a cena do tapa, lá no finalzinho do filme. Nos anos 90 não se tinha a noção de relacionamento saudável que temos hoje, muita coisa bizarra era bem normalizada (comparada a algumas coisas, essa cena foi brincadeira de neném). Se considerar o contexto histórico, a cena é até engolível  —  filmes, assim como todas as formas de arte, são um retrato da época em que foram feitos. E ainda assim, provoca a discussão do quanto os parâmetros eram minúsculos para a mulher, o quanto evoluímos de lá pra cá (hoje em dia isso seria inconcebível) e o quanto temos a evoluir ainda. Apesar disso, ainda gosto do casal, apesar de passar longe de justificar a atitude. Os filmes do Yash Chopra tem como praxe sempre causar uma discussão, seja a nível social, como Lamhe, seja sobre o próprio universo do filme. Acho que foi isso, além dele ser um romântico incurável, que o tornou tão atemporal.

Fora essas coisas, tudo é perfeito. A construção da casca de Viren até Pooja a partir é muito meticulosa e fenomenal. A fotografia é perfeita, acho que o Rajastão nunca esteve tão lindo quanto na época que gravaram Lamhe. Uma coisa que gosto nesse filme é que, mesmo que à primeira vista Viren tenha ficado mexido por Pooja se parecer tanto com Pallavi, ele sempre teve em mente que Pooja não era Pallavi e repetiu isso bastantes vezes durante o longa. As músicas, e claro, a coreografia divina de Saroj Khan estavam simplesmente on fire, on point e sei lá mais o que. Tudo um deleite para os olhos e pro espectador.


A mensagem que Yashji quis passar, ao aceitar dirigir o filme, é que o amor não tem idade. Viren não se importa se Pallavi é 8 anos mais velha assim como Pooja também não se importa se Viren é 20 anos mais velho. Pra sociedade indiana da época, foi uma mensagem relevante, já que os homens quase nunca se casava ou se permitiam gostar de mulheres mais velhas. Pra se ter noção, Pallavi foi o primeiro interesse amoroso da história de Bollywood a ser mais velha que o herói.

E ao assistir Lamhe, você entende fácil porque ele se tornou um clássico não muito tempo depois. O que você não entende é como as pessoas deixaram fracassar um filme fantástico, mesmo que ele estrelasse Anil Kapoor e Sridevi, superestrelas na época. Graças a Deus o tempo fez justiça a essa joia que nos deixa com muito o que pensar e refletir. Enfim, eu particularmente gosto muito e pretendo assistir mais vezes. A única coisa que eu mudaria é que a Pooja fosse um pouquinho mais velha. 18 anos com um cara de 38 não entra bem na minha cabeça ainda! Mas amei Lamhe ainda assim. Nota 4.5/5.

Lamhe está disponível no Prime Video com legendas em inglês e em português, mas as legendas em português foram traduzidas automaticamente ao invés de por um tradutor humano. Algumas falas vão ficar esquisitas em português, mas dá pra assistir tranquilo. Fica a recomendação pra caso você ache que eu tenha exagerado e/ou queira conferir esse babado com os próprios olhos. Mas o Yash Chopra nao me emociona assim desde Chandni (na verdade ele me irritou e muito nesse filme). Enfim, aprovadíssimo no Cineringy.


Até breve!


quinta-feira, 5 de setembro de 2024

CINERINGY: Tees Maar Khan – O Malandro Indiano, de Farah Khan

O Cineringy é um quadro do blog no qual eu vou falar sobre filmes que assisti pela primeira vez. E ele será inaugurado por um dos filmes da famosa diretora indiana Farah Khan: o blockbuster Tees Maar Khan, estrelado pelas super-estrelas indianas Katrina Kaif e Akshay Kumar. 


SINOPSE: O bandido Tabrez Mizra Khan, conhecido como Tees Maar Khan recebe uma proposta de dois vigaristas para roubar um trem com uma carga de tesouros valiosos, mas tem um problema: o roubo terá que ser feito com o trem em movimento. Para que isso aconteça, o safado Tees Maar Khan decide convencer toda uma vila e o ator em decadência Aatish Kapoor a saquear o trem com ele sob o pretexto de estarem gravando um filme. 

Bem, por ser um filme de Farah Khan, diretora e roteirista do super hit Om Shanti Om e a farofinha deliciosa Happy New Year, e ter icônicas cenas de Katrina Kaif, eu fui assistir a esse filme sedenta e esperando dar muitas risadas. Risada eu até dei, mas não o quanto esperava. Não consigo entender ainda se a culpa foi minha por esperar muita coisa da Anya, personagem de Kat, ou se o filme realmente é muito ruim. 

O maior trunfo do filme é a item song moral Sheila Ki Jawaani e a cena do saque do trem que é realmente muito engraçada. De resto, nada serve e não faz muito sentido. Eu gosto de personagens de comédia que beiram o ridículo de tão irreal, mas Anya, Tabrez e seus capangas e até o Aatish Kapoor são muito mal escritos e infelizmente não quiseram nem beirar: mergulharam de cabeça no ridículo e chegam a ser cringe. A narrativa do filme em si não anda de um jeito que entretém o espectador – na verdade, você fica rezando pra que o filme acabe logo porque não aguenta mais esse filme chato se arrastando. Antes de assistir TMK, eu dei uma olhada no que a crítica especializada achou e quando vi os massacres achei que eles estavam pesando mão na Farah e o filme não podia ser tão ruim assim. Eles estavam certos. É horroroso.

Akshay Kumar é até carismático como Tabrez, mas nem ele conseguiu tirar leite de pedra. E só pra constar, eu ODEIO o bordão do Tabrez. A piada do início do filme com o personagem Ismail Koyla é extremamente colorista e ridícula e não consegui rir nem um segundo. Ainda estou tentando entender se também rolou uma ofensa colorista disfarçada de piada pro coitado do Manoj Night Shyamalan, diretor de O Sexto Sentido. Resumindo: tudo o que a Farah podia errar nesse filme ela conseguiu, porque nada acertou o tom ou ficou bom. Pelo menos quatro anos depois, com Happy New Year, ela conseguiu acertar tudo e mais um pouco. A Gloria Perez do subcontinente. 

Pra encerrar: infelizmente, nesse filme, só presta Sheila Ki Jawaani e os edits que fizeram da Anya uma personagem icônica porque no filme mesmo ela nem é tudo isso. Mereceu todo o flop e cacete que levou da crítica especializada na época. Nota: 2/5.

Tees Maar Khan está disponível no site Eu Amo Filmes Indianos e pra assistir é só clicar o nome em azul que você será redirecionado ao site (provavelmente terá que fazer login com sua conta do Google). A recomendação fica caso você ache que também pesei mão na Farah e quer exercitar o seu senso crítico, e nesse caso tome toda a minha admiração. Mas infelizmente o malandro indiano está com uma fama péssima no Cineringy.


Até breve!


OPINIÃO: Aishwarya Rai Bachchan e como a sociedade lida com o envelhecimento da mulher

Opinião é um quadro no qual eu, como o nome já sugere, vou opinar as situações pelas quais as pessoas que sou fã, gosto e/ou acompanho estão...